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29 Cards in this Set

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Talassemias: introdução

Deficiência na produção de globinas.


Alteração QUANTITATIVA.



A) betatalassemias


B) alfatalassemias



Defeitos hereditários da hemoglobina mais comuns.



No adulto normal:


- 97% hemoglobina A ou A1: ααββ


- 2% hemoglobina A2: ααδδ (delta)


- 1% hemoglobina F: ααγγ (gama)



- serão micro-hipo (ddx com an ferropriva) com RDW normal


- há hiperferremia por mecanismos desconhecidos (assim como com an sideroblástica - fazer eletroforese de hemoglobina)


*ferro sérico e ferritina altas, TIBC normal, IST alta


- hemólise: aumento de LDH, redução de haptoglobina, reticulocitose


- esfregaço: pontilhado basofílico, hemácias em alvo



*há proteção para Plasmodium falciparum.

Betatalassemias: introdução

Forma mais comum de talassemia.



Principalmente gregos e italianos.



Diminuição ou ausência da produção de cadeia beta.

Betalassemias: genes

Dois tipos de gene:


- incapacidade de produzir cadeia beta (B0)


- capacidade de produção limitada de cadeia beta (B+)



*gene normal seria o B



Possibilidades:


- B/B: pessoa normal



- B0/B0: homozigoto. Não produz nada. Talassemia major (anemia de Cooley)


- B0/B+: duplo heterozigoto. Produz pouquíssimo. Talassemia major também.



- B0/B e B+/B: heterozigotos. Produzem parcialmente. Assintomáticos mas com laboratório alterado. Betatalassemia minor.



- B+/B+: homozigoto. Talassemia intermedia.



*gravidade definida pela quantidade de cadeia produzida.

Betatalassemias: fisiopatologia

(A) diminui síntese da hemoglobina: anemia com microcitose e hipocromia


(B) sobram cadeias alfa, que precipitam e geram eritropoiese ineficaz


(C) remanescentes da cadeia alfa geram corpúsculos de inclusão nas hemácias, tornando-as alvo da hemocaterese no baço


(D) eritropoiese ineficaz aumenta absorção de ferro no intestino, gerando hemocromatose eritropoiética.

Betatalassemias: diagnóstico

Eletroforese de hemoglobina para todas.



Sobressairão hemoglobinas formadas por outras cadeias. HbF e HbA2.



*normal: HbA1 97%, HbA2 2%, HbF 1%.


*na major: HbF chega a 90-95%, HbA1 ausente, HbA2 5-10%.


*na minor: HbF de 5-20%, HbA2 de 3,5-8%. HbA1 > 70%.

Betalassemias: major (anemia de Cooley) - clínica

Clássico: B0/B0, mas também B0/B+.



Ausência quase completa ou completa de cadeia beta. Até 3-6m, predomina HbF sem sintomalogia (não há demanda por beta).



- A partir daí, surge anemia grave (Hb 3-5 g/dl) e icterícia.


- Destruição das hemácias pelo acúmulo de cadeias alfa gera hiperplasia medular com deformidades ósseas: proeminência dos maxilares (fáscies talassêmico, fáscies de esquilo), aumento da arcada dentária e separação dos dentes e bossa frontal.


- Baixa estatura é regra! Metabolismo focado em produzir hemácias.


- Acompanha: litíase biliar (hemólise, cálculos pretos), hepatoesplenomegalia (pela eritropoiese extramedular e hemólise crônica).


- Hemocromatose transfusional: pelo tto. Soma ao efeito da eritropoiética.

Betalassemias: major (anemia de Cooley) - laboratório

- Microcítica e hipocrômica.


- Anemia hemolítica: reticulocitose, aumento de BI, aumento de LDH, redução da haptoglobina.


- hematoscopia: hemácias em alvo (leptócitos), eritroblastose (hemácias nucleadas), pontilhado basofílico (como na anemia sideroblástica).



Conduta: não exige tratamento. Orientação e aconselhamento genético.

Betalassemias: major (anemia de Cooley) - tratamento

Pilar: Hipertransfusão crônica.



A depender do aumento da necessidade de hemotransfusão, realizar esplenectomia entre 6-7a. Vacinar antes para pneumococo, meningococo, hemófilo tipo B.



Hemocromatose secundária: usar quelantes como deferoxamina ou deferasirox.



"Cura": sobrevida longa livre de doença. Transplante alogênico de medula.

Betalassemias: intermedia

Diagnóstico frequentemente feito na adolescência ou vida adulta.



Cronicamente anêmicos: 6-9 g/dl, deformidades ósseas, litíase biliar, hepatoesplenomegalia moderada. Pode surgir hemocromatose eritropoiética.


Preserva crescimento, desenvolvimento e fertilidade.



Laboratório igual à major, apenas menor grau de anemia.



Tto:


- repor ác fólico


- hemotransfusões para sintomáticos


- quelante de ferro se ferritina muito alta

Betalassemias: minor

Entidade benigna.



*IMPORTANTE: grande ddx com an ferropriva, ambas hipo-micro. Aqui, RDW normal!!


*cinética do ferro normal!



Traço talassêmico. Tem um gene normal e outro B0 ou B+.



Paciente assintomático, descoberta acidental. Alguns com anemia discreta (Hb > 10g/dl). Marcadores: microcitose, hipocromia, hemácias em alvo, pontilhado basofílico.

Alfatalassemias: introdução

Sudeste asiático e China



Mecanismo genético: deleção de um ou mais genes (na betatalassemia, são mutações pontuais qualitativas).



Genótipos:


- aa/a_ (1 deleção): assintomático


- aa/_ _ (2 deleções): alfatalassemia minor (heterozigoto a0)


- a_/a_ (2 deleções): alfatalassemia minor (homozigoto a+)


- a_/_ _ (3 deleções): doença da hemoglobina H


- _ _/_ _ (4 deleções): hidropsia fetal



Note que na alfatassemia minor, o genótipo define se há chance ou não de filhos terem hidropsia fetal...

Alfatalassemias: hidropsia fetal

4 depleções. Natimorto ou hidropsia fetal com morte iminente. Incompatível com vida extrauterina.



Depois de nascer, sem cadeia alfa, formam-se tetrâmeros de 4 gamas, denominada Hb Barts. Muito ávida por O2, sem liberá-lo. Gera anemia e hipóxia grave com falência cardíaca e edema fetal (hidropsia).

Alfatalassemias: doença hemoglobina H

3 depleções.



Quadro similar à betatalassemia intermedia.


Há tetrâmeros de cadeia beta (HbH) que se precipitam, mas não causam toxicidade como as alfas na betatalassemia.

Alfatalassemias: alfatalassemia minor

Assintomáticos, apenas com microcitose e hipocromia. Principal preocupação é orientação genética.

Alfatalassemias: diagnóstico

Eletroforese de hemoglobina.



Alfatalassemia minor: em geral, requer estudo genético. Eletroforese normal.



Doença da hemoglobina H: Níveis de HbF e HbA2 normais e 5-40% de HbH.



Hidropsia fetal: possível diagnosticar na décima semana de gestação, por biópsia do vilo coriônico. Ausência de HbA e 80% Hb Bart.

Alfatalassemias: tratamento

Apenas na doença da HbH.



Igual a betatalassemia intermedia. Transfusão, quelantes de ferro, esplenectomia, reposição de ác fólico.

Mielodisplasias: introdução

Importante causa de anemia crônica na população idosa.



Desordem adquirida. Transformação mutagênica da célula-tronco, gerando maturação anômala.



Coexistência paradoxal de medula normo ou hipercelular, associada à redução da produção das diversas linhagens hematopoiéticas. Pode ser mono, bi ou pancitopenia; pode ser tudo.


*setor eritroide é o mais comprometido.



A) primária: idiopática. Geralmente > 60 anos. Fatores de risco: exposição a benzeno e radiação ambiental.


B) secundária: induzida por QT/RT para neoplasias malignas. Pior prognóstico. Maior chance de evoluir para leucemia mieloide aguda.

Mielodisplasias: clínica e laboratório

Clínica: paciente idoso ou pós-QT/RT (mesmo jovem) com anemia normo ou macrocítica, bicitopenia ou pancitopenia, uma vez descartada a anemia megaloblástica.



Causa mais comum de óbito: infecção.


Segunda mais comum: evolução para leucemia mieloide aguda.



Laboratório:


- anemia sem reticulocitose


- normo-normo ou macrocitose


- outros achados: macrovalócitos, neutrófilos hipossegmentares e hipogranulares, sd de pseudo-Perger-Huet (neutrófilos com núcleos em forma de halter)

Mielodisplasias: diagnóstico

Biópsia de medula óssea.


- normo ou hipercelular


- diseritropoiese: núcleos megaloblásticos, hemoglobinização deficiente, sideroblastos em anel (se >15%, é anemia sideroblástica); menos de 20% de blastos também (se mais, leucemia)


- localização anormal dos precursores mieloides (ALIP): mielócitos em posição central na medula (normal: paratrabecular).

Mielodisplasias: tratamento

Para todos, única terapia nos mais graves e/ou idosos: transfusões quando necessárias e quelantes de ferro, fatores de crescimento eritropoiético (como EPO recombinante).



Terapia de baixa intensidade: para idosos com doença leve ou jovens com doença leve/moderada: azacitidina (induz maturação celular).



Terapia de alta intensidade: para jovens (<60a) com com dç moderada/grave mas bom performance status: transplante de células-tronco (cura).

Anemia sideroblástica: introdução

Grupo de desordens que têm em comum anemia + depósitos de ferro nas mitocôndrias dos eritroblastos. Formam sideroblastos em anel (distribuição perinuclear).


Pode ser hereditária ou adquirida (drogas, álcool, etc; reversíveis).



Patogênese: distúrbio da síntese do heme, desde que não seja a carência do ferro. Por ex, deficiência de protoporfirina.


- prejudica síntese da hemoglobina, gerando anemia e hipocromia


- acumula ferro na mitocôndria



- há estímulo à absorção intestinal de ferro, gerando excesso. Hemocromatose eritropoiética (= talassemias).

Anemia sideroblástica: quadro clínico e laboratório

- hemácias hipo-micro


- aumento do RDW (há hemácias normocíticas e até macrocíticas)


- ferro sérico alto, ferritina sérica alta, TIBC normal, IST alta.


- perfil hemolítico



Suspeita para dx: hipocromia com ferro sérico alto, IST elevada e ferritina elevada.



Hemácias podem reter mitocôndrias sideroblásticas, formando corpúsculos de Pappenheimer.


* sideroblastos em anel no aspirado de medula; corpúsculos de Pappenheimer no sangue periférico



Confirmação do dx: aspirado de medula óssea (mielograma): >15% de eritroblastos do tipo sideroblastos em anel.

Anemia sideroblástica: tratamento

A) corrigir a anemia:


- forma hereditária: repor B6 (piridoxina)


- forma adquirida idiopática: não costuma responder a tto.


- suporte transfusional



B) corrigir ou prevenir hemocromatose:


- flebotomia repetida (anemia leve)


- quelante de ferro (anemia moderada ou grave)

Anemia aplásica: introdução

Marco: pancitopenia



Definição: pancitopenia com bx de medula óssea acelular ou hipocelular (<30% do espaço medular ocupado por células hematopoiéticas, restante são adipócitos).

Anemia aplásica: etiologia

- Radiação ionizante


- Benzeno (atenção para exposição laborativa)


- Drogas: cloranfenicol


- Doença do enxerto vs hospedeiro associada à hemotransfusão


- Parvovírus B19: apenas crises aplásicas transitórias em falcêmicos, ou aplasia de eritrócitos pura.


- Anemia de Fanconi: causa congênita mais comum de an aplásica. Ausência de polegares, baixa estaturas, manchas café de leite.


- Idiopática

Anemia aplásica: clínica e laboratório

Astenia + hemorragia + febre.


- PANCITOPENIA + NADA



*não é esperada hepatoesplenomegalia ou linfadenopatia. Sugeririam leucemias agudas, por ex (mesma tríade acima).



Laboratório: pancitopenia. Anemia pode ser normocítica ou macrocítica. Sem reticulocitose.

Anemia aplásica: diagnóstico

Biópsia de medula óssea.


*Aspirado (mielograma) não!



- medula com menos de 30% do espaço ocupado por células hematopoiéticas. Restante é tecido adiposo.


- morfologia celular normal (sem descrição de qualquer alteração, epônimos, blastos).

Anemia aplásica: tratamento

Terapia de suporte: transfusão conforme necessidade, e tto da neutropenia febril.



Terapia definitiva: transplante de células-tronco hematopoiéticas. Acima de 40 anos não indica transplante, por risco de complicações. Nesse caso, imunossupressão com globulina antitimócito e ciclosporina.

Aplasia eritroide isolada

Cursa apenas com anemia, sem outras citopenias.



Causa importante: Parvovírus B19. Gera quadro transitório.